O custo de um funcionário vai muito além do seu salário. Na CLT existem tributos a serem pagos que precisar entrar nessa conta. Dessa forma, pesquisas apontam que o custo real de um funcionário para a empresa pode chegar a 3 vezes o valor pago ao colaborador.
Saber o valor real de um funcionário inclui o salários mais os benefícios que são oferecidos a ele. Também é importante lembrar da indenização e impostos que serão pagos em caso de demissão.
Para ajudar a sua empresa e te ajudar a entender como é feito esse cálculo, separamos algumas dicas e orientações nesse texto. Vamos lá!
Quanto custa um funcionário?
Antes de mais nada, na CLT existem algumas regras para definir o que o funcionário tem direito. Sendo assim, além do salário o funcionário da CLT tem direito a:
- Férias;
- 13° salário;
- Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Além disso, existem os tributos que a empresa paga para órgãos diversos. Eles variam conforme o regime tributário adotado pela empresa.
Em contrapartida, falando de benefícios, o vale-transporte é uma obrigação coletiva e, por isso, não é incluído no salário, mas pago a parte pela empresa – e é garantido por lei. Nesse benefício é necessário calcular quantas conduções o colaborador usa para ir e voltar do local de trabalho. E, a partir disso, multiplicar por 22 (dias úteis no mês). No vale-transporte o colaborador contribui com 6% do seu salário.
Vale ressaltar que, mediante acordo entre empresa e funcionário, é possível substituir o vale-transporte pelo auxílio combustível. Nesse caso, o colaborador abdica do vale-transporte.
Outros benefícios como vale-refeição ou vale alimentação são opcionais e definidos de acordo com a categoria do empregador, levando em consideração o valor da refeição na região de trabalho.
Além disso, a empresa também pode suprir outros benefícios como plano de saúde, dental, auxílio educação (pagar uma porcentagem de cursos e faculdades), auxílio creche etc.
Como calcular o custo de um funcionário?
Primeiramente, o custo de um funcionário varia de acordo com o regime tributário que a empresa segue. Vamos segmentar esses dados para você entender:
Simples Nacional
O simples nacional é um regime tributário muito utilizado nas pequenas empresas, afinal, suas taxas e impostos são menores. Nesse regime também é possível existir algumas insenções, o que o torna cada vez mais atrativo.
Assim, nesse regime, o cálculo funciona da seguinte forma. Daremos o exemplo de um funcionário CLT que recebe um salário de R$1.000,00. Além da empresa pagar esse valor, ela deve arcar com:
- 8% de FGTS por mês – R$ 80,00;
- Férias – R$ 1.000,00 (valor anual);
- 1/3 sobre férias – R$ 333,33 (valor anual);
- 13° salário – R$ 1.000,00 (valor anual);
- 8% de FGTS do valor anual – R$ 186,67;
- Provisão Mensal – R$ 210,00.
Além disso, soma-se, ainda, o valor do vale-transporte e vale alimentação mensais, que, vamos supor que seja, respectivamente, R$ 132,00 e R$ 220,00.
O total é de R$ 1.642,00. Subtraindo 8% de INSS que ele deve pagar e os 6% referentes ao vale-transporte, a conta fecha em R$ 1.502,00.
Lucro Real ou Presumido
Nesse outro regime, além do que é cobrado no Simples Nacional (acima), são cobradas outras taxas:
- 20% de INSS (contribuição patronal);
- De 1% a 3% de seguro de acidente de trabalho;
- 2,5% de salário educação;
- 20% correspondente ao descanso semanal remunerado;
- 8,33% correspondem ao 13º salário;
- 3,3% para o “Sistema S” (SEBRAE, SENAI ou SESI);
- 11,11% correspondente às férias, levando em conta um salário por ano somado de 1/3 de abono.
Neste caso, o custo médio chega a aproximadamente R$1.700,00 por funcionário, ou seja, a empresa gasta R$ 700,00 a mais.
Legislação e Reforma Trabalhista
Dito tudo isso, a reforma trabalhista trouxe algumas mudanças relacionadas ao custo do trabalhador para a empresa. Do mesmo modo, dentre essas mudanças podemos citar algumas bem favoráveis ao empregador como, por exemplo, a contratação de funcionários de maneira parcial. Nesse modelo é possível contratar para trabalho remoto (home office) e remunerar por jornada ou diária. Nesse caso, é necessário analisar o modelo de contratação (CLT ou PJ).
Ainda assim, dentro dos benefícios da reforma trabalhista também está a terceirização. A nova lei permite que o empregador possa buscar prestadores de serviços sem que isso implique na sua contratação como funcionário direto. Ou seja, as leis trabalhistas são de responsabilidade da empresa terceirizada.
Encargos Sociais e custos com treinamentos e benefícios
Ao contratar um novo funcionário a empresa deve assumir 37% do valor do salário líquido com os encargos sociais. Desses 37%, 29% é para a contribuição ao INSS.
Dessa forma, se analisarmos um salário de R$ 1.000, por exemplo, esse valor é de R$ 290. Os 8% restantes são relativos ao fundo de garantia (FGTS), o que resulta no valor de R$ 80.
Além desses encargos, você, como contratante, deve considerar os custos de treinamentos e benefícios que serão investidos nele como, por exemplo: capacitação, treinamentos, benefícios diversos etc.
Calculando o custo final de um funcionário
Para calcular o custo de um funcionário para a empresa, é necessário levar em conta os valores negociados na contratação e todos os encargos combinados – salário e benefícios. Também é preciso calcular a variação de acordo com a categoria da sua empresa.
Considerando os dados que trouxemos, os valores a serem pagos sobre o custo de um funcionário que recebe R$1.000,00 são:
- Salário = R$ 1.000,00;
- Vale-transporte = R$ 138,00 (passagem a R$ 4,50);
- Auxílio-alimentação = (Empresa pagará por 80% do valor);
- Fração de 13° (8,3%) = R$ 83,00
- Fração de férias (11,11%) = R$ 111,10;
- FGTS (8%) = R$ 80,00;
- Fração do FGTS com 13° e férias (1,4%) = R$ 14,00;
- INSS (20%) = R$ 200,00;
- Fração do INSS com 13° e férias (4%) = R$ 40,00.
Custo total do funcionário no exemplo: R$ 1.666,10 sem incluir o auxílio alimentação.
Fazendo esse cálculo você terá uma base, em média, do valor que será considerado pela contratação de um colaborador. Assim, é possível analisar melhor as possibilidades de crescimento e necessidades do seu negócio.
Como otimizar esse custos?
Agora que você já sabe o quanto custa contratar um novo funcionário, é ideal que você foque em realizar boas contratações. Assim, você pode reduzir os custos com a rotatividade.
Além de levar em consideração todos os pontos que falamos, você precisa analisar qual o regime de contratação faz mais sentido para o momento atual do seu negócio. Ter o apoio de uma consultoria financeira trará insights estratégicos para que você contrate de maneira assertiva e não desperdice dinheiro.
Fale com o Grupo Prímor, nós vamos te ajudar nessa etapa de crescimento e atuar estrategicamente para que sua empresa reduza os custos sem reduzir a qualidade da mão de obra!
Ser a primeira em tudo: faz parte da nossa história!